O FUSCA VERDE


Na década de 80/90 todo domingo pela manha havia uma grande expectativa de quem ganharia uma corrida de Fórmula 1, todos ficavam atentos e vidrados na tela da televisão, sempre na esperança de ter uma alegria no final de tantas voltas.
Comigo não era diferente, mas, havia um outro carro que me encantava um FUSCA VERDE, todos os domingos as 8:30 da manha, ele apontava o final da minha rua, era uma subida, minha casa fica no topo bem na esquina, eu escalava um muro amarelo alto para ter uma visão privilegiada deste automóvel que me encantava.
Ele parava no portão da minha casa, seu motorista – um homem sério com um semblante que transmitia segurança - “buzinava” eu sorria e o cumprimentava, ele dizia: Está na hora de partirmos!!! - Eu de pronto, por muitas vezes nem abria o portão, pulava o muro, entrava naquele encantador e impecável automóvel, com um volante preto brilhoso, que em seu meio tinha um medalhão prata e no cambio havia uma manopla de vidro com um caranguejo dentro, sim isso mesmo um caranguejo, eu achava tudo muito maravilhoso. Sentava no banco de couro atrás com o maior orgulho, o motorista conduzia o FUSCA VERDE com destreza, como de rotina, todos os domingos me levava para uma casa localizada em uma rua sem saída, no extremo leste da cidade.
Lá eu encontrava crianças da minha idade e uma doce e meiga Senhora, que por sua vez, cantava belas musicas em seguida abria um livro de capa preta, grande e de folhas douradas e começava a contar uma série de histórias contidas naquele livro. A que mais me encantava era de um menino que derrotou um gigante com uma pedrada.
Pois bem, depois de algumas horas chegava a hora do retorno, o Motorista que também possuía um livro grande e preto o qual carregava em uma pastinha de couro, dizia no próximo domingo nós voltaremos, eu com alegria dizia sim estarei te esperando e assim foi domingo a domingo.
Mal sabia eu, que o Motorista do meu preferido automóvel “Fusca Verde” estava me apresentando a um caminho que levaria a vida eterna!!!!. Eu não entendia que ele seguia a risca um mandamento daquele

livro preto que dizia: "Ensina o menino o caminho em que deve andar e ate envelhecer não se desviara dele." . O Motorista não era simplesmente isso, mas alguém que sem egoísmo indicava a melhor escolha que uma pessoa podia fazer, que é ter JESUS como único e suficiente Salvador.

Essa rotina durou muitos anos, hoje o Fusca Verde já não existe mais, as corridas de Fórmula 1 pela manha já não dão mais alegrias, o Motorista... ah...esse esta em um ótimo lugar... e se eu seguir fielmente os ensinamentos da doce Senhora de todos os domingos pela manha, com toda certeza eu vou encontra-lo em breve!!!!!!!


MUITO OBRIGADO MOTORISTA!!!!!!